sexta-feira, março 11, 2011

Quem não gosta de samba, bom sujeito não é...

Carnaval é sinônimo de festa e alegria. Tornou-se tão grande e popular que o Brasil é conhecido no exterior como o “país do samba”, vários gringos vêem prestigiar a festa e nós, os brasileiros, costumamos dizer que “o ano só começa mesmo depois do carnaval.” São quatro dias de pura festança. No começo, até vai tudo bem. Nos alegramos com a festa, com as músicas, com as alegorias. Mas depois de um tempo, sem pausa, onde você praticamente é obrigado a entrar na folia, a brincadeira torna-se um pesadelo. Dependendo da localidade onde mora, não adianta buscar paz de espírito dentro da sua casa, a bagunça atravessa as paredes. “A sua liberdade termina quando começa a minha”, já diz um sábio ditado. Que é totalmente esquecido durante o carnaval.

As prefeituras das cidades tentam se estruturar organizando os horários para os blocos de ruas, distribuindo banheiros químicos e policiamento reforçado. Agora imagina o folião, no meio do bloco, no verão, num país tropical, cheio de breja na cachola…onde fica a cidadania numa hora dessas? Perde-se qualquer noção do bom senso e princípios básicos de educação e respeito desaparecem feito vestes no carnaval. E na ausência deles, é impossível ter qualquer consideração com o próximo, que dirá com o meio ambiente que o cerca.

Considerada a maior festa popular do mundo, pensemos realmente o quanto ela tem de popular. Quantos de nós, pobres mortais, temos acesso as festas privadas, camarotes vips e os disputadíssimas abadás – conhecidos como “passaportes da alegria”, que vemos o tempo todo na Globo? Só gente bonita, rica e sarada. E cadê o povo, o de verdade, o eu e você, que é pra quem, em teoria, a festa seria? Teve artista baiano que acelerou o bloco pobretão pra se exibir por mais tempo pra ala VIP. Teve – sempre tem – grupo de idiotas baderneiros que tornam-se valentões e depredam canteiros, edifícios, comércios e deixam um rastro de selvageria pelo caminho. Aí você vem e diz: “Carnaval é uma vez por ano, é normal!” Será mesmo? Em números, este ano as mortes nas rodovias federais do país superaram as do ano passado. Vidas perdidas similares a campos de batalha. A irresponsabilidade impera.

As autoridades têm a obrigação de descobrir como conciliar a alegria e a ordem urbana. Mas o número de acidentes, brigas, vandalismo, mortos, multas, além das pessoas autuadasfazendo pipi nas ruas (mulheres inclusive) sugerem que estamos ainda muito longe disso. É correto dizer que é muito melhor ter nas ruas alegres blocos carnavalescos do que manifestantes enfrentando a polícia como ocorre atualmente em outros países. Mas não se trata de uma coisa ou outra. É preciso garantir o direito à alegria e também o direito daqueles que optam pelo descanso e tranquilidade.

Nesta época nosso pior vem a tona: idolatramos na TV beldades artificiais e sem conteúdo, beijamos muuuuito mas, na quarta-feira de cinzas, acordamos sozinhos e ressacados. Voltamos a nossa vidinha ordinária, ir pro trabalho, trânsito infernal, pagar as contas e a prestação. O ano começa quando caímos na real. Simbolicamente, o meio ambiente esteve muito bem representado neste carnaval. No Rio de Janeiro, a grande campeã foi a escola de samba com nome de pássaro que homenageou o Rei Roberto Carlos, a Beija Flor. Só faltou em São Paulo darem o troféu para a Gaviões!

Fonte: João Paulo do Blog esse tal meio ambiente

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