terça-feira, maio 17, 2011

Audiência pública sobre a Revitalização da Lagoa Olho D'água não trouxe grandes respostas

Fonte: Blog Lagoa Olho D´Água


A plenária da câmara de vereadores de Jaboatão lotou hoje pela manhã. Pessoas de várias comunidades da lagoa esperavam ansiosas por respostas do poder público referente ao processo de Revitalização da bacia da Lagoa Olho D'água. A audiência que durou mais de 3 horas encerou-se sem grandes respostas, mas abriu um espaço importante para a discussão em torno de toda problemática que envolve a lagoa e seus mais de 100 mil habitantes.

Estiveram presentes representantes da CEHAB, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, 11 vereadores de Jaboatão, secretários e defesa civil do município, o vice presidente de OAB, o vice-prefeito de Jaboatão Edir Pires, além de Amaro João, ex-presidente da CEHAB, que representava o senador Humberto Costa (PT).

Com uma hora de atraso, a sessão foi iniciada pelo vereador Robson Leite. Robson disse que essa audiência já havia sido convocada por ele desde o ano passado, mas precisou ser adiada por ser ano eleitoral. Após uma breve explanação com os problemas da lagoa, Robson passou a palavra para a representante da CEHAB, a arquiteta urbanista Maria José, responsável pelos estudos e projetos que estão sendo realizados para a lagoa.

Sem trazer grandes novidades, Maria José explicou que atualmente o Governo do Estado está elaborando um Plano de Desenvolvimento Local Integrado - PDLI - da lagoa. Através deste plano, o Governo pretende fazer um diagnóstico não só da lagoa, mas de todas as comunidades ao seu redor. Maria José disse ainda que esse PLDI está sendo feito em parceria com as comunidades e só depois desse diagnóstico é que serão elaborados os projetos de saneamento e uma possível urbanização do entorno da lagoa. Questionada de quais intervenções seriam executadas na lagoa, a arquiteta disse ainda não saber, já que aguarda o resultado desses estudos.

Com relação ao habitacional que deverá receber as pessoas que serão retiradas das margens da lagoa, os responsáveis da CEHAB informaram que parte das habitações (cerca de 200), serão entregues agora em Junho. O restante (mais de 1000) apenas em 2012. Uma data precisa, mais uma vez, não foi informada.

Início das obras de urbanização

Enquanto os representantes do Governo do Estado se preocupavam em explicar as questões técnicas (muitas vezes burocráticas e desinteressantes), a população estava ansiosa para saber os prazos. Os moradores de comunidades como Loreto, Jardim Piedade, Dom Hélder e Barra de Jangada, que são diretamente afetados pelas enchentes e problemas de saneamento, queriam saber quando finalmente as obras de revitalização da Lagoa iriam começar.

Infelizmente o governo (mais uma vez) fez projeções e deixou a população irritada. Alguns integrantes do governo municipal e estadual chegaram a ser vaiados pelos presentes quando desconversaram a respeito de prazos.

Pelo que nosso blog entendeu e conversou nos bastidores com alguns responsáveis pelo projeto, os estudos, PDLI e projetos ficam prontos este ano. Apenas no início de 2012 devem ir para licitação, para em seguida, se tudo der certo, as obras que não sabemos ainda quais são se iniciarem.

Um comentário:

  1. Realizei um trabalho nesta Lagoa em 1998 pela UFPE e naquele ano o corpo lagunar da Olho D'água tinha entre 1,5 m e 2,0 m de talvegue, isso devido ao forte assoreamento ao qual estava submetida. De acordo com a ocupação urbana desordenada no ritmo em que se encontrava, este limite deve ter diminuído bastante, ema vez que a Lagoa faz parte de um sistema pedológico de planície que recebe grande quantidade de sedimentos, principalmente seixos rolados, das encostas da formação guararapes situada nas proximidades. Urge há anos um plano geral e eficiente de ordenamento territorial no entorno e revitalização do próprio corpo lagunar, uma vez que o mesmo já chegou a ter, na década de 60 cerca de 7 m de talvegue, local em que eram disputadas provas esportivas, principalmente remo. Isso depende de uma estrutura política forte, consolidada e comprometida, coisa que está bem longe da realidade de Jaboatão e da maioria dos municípios brasileiros.

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