quarta-feira, junho 01, 2011

EM HOMENAGEM AO DIA DO MEIO AMBIENTE

Artigo publicado pela colaboradora Elza Sayaka Fukushima


O dia 5 de junho é o Dia Mundial do Meio Ambiente. Além disso, este ano de 2011 é também o ano que a Organização das Nações Unidas declarou como o Ano Internacional das Florestas. Assim, hoje gostaria de abordar o tema da preservação florestal.

O Brasil é um país rico em florestas, sendo a floresta amazônica a mais representativa de todas, e a JICA tem dado particular ênfase à cooperação para a preservação das florestas brasileiras.

A importância da preservação florestal reside no fato de que as florestas nos proporcionam diversas funções ambientais (serviços do ecossistema) necessárias à (ou que auxiliam na) vida do ser humano no planeta. Por exemplo, as florestas nos fornecem recursos madeireiros e não madeireiros (alimentos, resinas, fibras, substâncias medicinais, combustíveis, etc.). Aliviam as mudanças climáticas mantendo um ambiente agradável para o ser humano viver. Abastecem os recursos hídricos mitigando as enchentes. Também nos fornecem informações relacionadas à estrutura molecular e à composição química de substâncias utilizáveis ou de recursos genéticos. Há também mais uma importante função ambiental. Trata-se da função de absorver e fixar o dióxido de carbono, gás do efeito estufa, presente na atmosfera.

Na comparação por países, do volume total de emissão dos principais gases do efeito estufa, incluindo o volume de emissão decorrente da silvicultura e de mudanças de uso do solo, com base em dados de 1994 que, embora um pouco antigo, permitem uma comparação mais fidedigna por reunirem as estatísticas de todos os países, onde o Brasil registrou o quinto maior volume de emissão, vindo depois dos Estados Unidos, da União Europeia, da China e da Rússia. Na especificação por tipo de gases emitidos, o dióxido de carbono ocupou a maior proporção dentre os gases do efeito estufa, sendo que no tocante ao volume de emissão de CO2 por setor, no Brasil a mudança do uso da terra e a silvicultura representaram aproximadamente 75%. Isso significa que, no Brasil, o volume de dióxido de carbono emitido em função do desmatamento ou da transformação das florestas em áreas de agricultura, pecuária ou urbanização, é extremamente elevado, representando uma proporção dentro do volume total de emissão de gases do efeito estufa de todo o planeta que não pode ser menosprezada. Por esse motivo, pode-se dizer que a preservação das florestas do Brasil tem um impacto de escala global, não só sob o ponto de vista da preservação da biodiversidade mas, também, sob o ponto de vista da mitigação das mudanças climáticas.

Foto
Fonte: Relatório apresentado em 2004 pelo governo brasileiro ao Secretariado da Convenção-Quadro das Nações Unidas para a Mudança do Clima (o ano da estatística é 1994)


Com base nesse entendimento, atualmente a JICA está implementando três projetos para auxiliar na preservação das florestas do Brasil. Um deles é o "Projeto Contribuição à Proteção da Floresta da Amazônia e Combate ao Desmatamento Ilegal com a Utilização de Imagens do Satélite Japonês ALOS", cujo objetivo é desenvolver técnicas e capacidade para utilizar as imagens de radar do satélite avançado de observação da terra "Daichi", do Japão, na fiscalização do desmatamento ilegal da floresta na região amazônica. O segundo é o projeto de cooperação técnico-científica "Dinâmica do Carbono da Floresta Amazônica", cujo objetivo é desenvolver pesquisa e metodologia para a medição precisa do volume de carbono armazenado nas florestas da região amazônica bem como sua variação, combinando levantamento florestal terrestre e sensoreamento remoto. Caso seja desenvolvida uma metodologia para medir o volume de carbono armazenado numa vasta área de floresta através desta cooperação, espera-se contribuir para a criação de uma estrutura internacional do REDD+ (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal, Conservação e Manejo Florestal Sustentável, Incremento da Armazenagem de Carbono), mecanismo atualmente já sendo implementado em caráter experimental a nível internacional como parte das medidas contra a mudança do clima. Por último, há o projeto "Corredor Ecológico do Jalapão". A região do cerrado sofreu um aumento drástico da destruição do ecossistema natural nos últimos anos, em função do desenvolvimento agrícola de grande escala mas, dentro dela há uma área conhecida como Jalapão onde remanescem intactos a floresta e o ecossistema natural, de valor inestimável. O objetivo deste projeto é criar uma estrutura para preservar esse ecossistema ligando as áreas de proteção ambiental de diversas categorias existentes nessa região a um corredor ecológico, com a cooperação dos governos federal, estadual e municipal bem como de entidades civis.

O Brasil é um país que vem se engajando ativamente na conservação das florestas e do ecossistema natural com um histórico de bons resultados, possuindo um vasto conhecimento e avançadas técnicas na área. A JICA, através dos projetos acima mencionados, desenvolve técnicas e know-how ainda mais avançados reunindo a tecnologia e o conhecimento que o Brasil e o Japão detêm e espera, com isso, contribuir para a preservação florestal e do ecossistema natural não só do Brasil mas do mundo.

Escritório da JICA no Brasil
Ichiro Sato

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