sexta-feira, fevereiro 25, 2011

De onde você bebe água: torneira ou garrafa?

Você já parou para pensar sobre o mercado de água, mais precisamente sobre a água engarrafada?

Como sabemos, o Brasil é um país rico em recursos hídricos – e naturais, de um modo geral. Porém, toda essa riqueza não significa a igualitária distribuição desses recursos. Prova disso são os eventos de seca que há tempos presenciamos, sem contar os alagamentos dos últimos anos. Inclusive, a própria Amazônia, que até em então era tida como pulmão do mundo, está sendo atingida pela seca.

Durante minha vida foram poucas as vezes em que eu bebi água da torneira – certamente foi por falta de opção (ou vergonha de dizer não). Na verdade, foi necessário ir a outro país para enfim beber dessa água sem preocupação. A África do Sul, país conhecido pela luta contra a desigualdade racial, também começa a ser conhecido pela melhoria em seus sistema sanitário e investimento em tecnologias eficientes – é claro que não podemos generalizar, a maioria dessas melhorias acontecem nos grandes centros urbanos e turísticos. Mas o que quero dizer é que: em minha cidade, Salvador, a terceira maior do país, as pessoas simplismente não confiam em beber a água da torneira, preferindo comprar as garrafinhas que, aparentemente, são mais limpas. É claro que o clima e a comodidade das garrafinhas, vendidas em qualquer esquina, ajudam.

Por outro lado, a água engarrafada é, em sua essência, insustentável. Seu impacto no planeta é muito mais negativo do que a água tratada da rede de pública de distribuição. No Brasil, é um mercado de 7 bilhões de litros ao ano, com um crescimento anual de 10%. De acordo com o estudo Energy Implications of Bottled Water, somente nos EUA, em 2007, foram consumidos 33 bilhões de litros de água engarrafada. Se contarmos o impacto da produção, distribuição e armazenamento, estaremos falando de algo em torno de 35 a 54 milhões de barris de petróleo gastos. O relatório conclui ainda que a pegada energética da água engarrafada é duas mil vezes mais que a água que sai de nossas torneiras (não da minha).

E aí o que fazer? Qual escolher?

Onde há tratamento de água, esta é, sem dúvida, a melhor escolha, e isso por diversas razões: a sua qualidade é acompanhada pelos orgãos ambientais; ela é muito mais barata (chega às nossas casas por menos de R$ 0,002/L) e claro gera menor impacto no planeta, afinal não serão necessárias toneladas de PET para seu armazenamento. Dizem até que por causa do cloro flúor presente na água ela pode previnir o aparecimento de cáries! Por outro lado, onde não é possível beber água da torneira, lembra a Annie Leonard, no vídeoStory of the Bottled Water, é necessário pressionar os orgãos públicos para mais investimentos no tratamento da água, além de garantir a igualitária distribuição desse valoroso recursos para todos os cidadãos.

De qualquer forma, nos deixe saber: de onde você bebe água? A água da torneira em sua cidade é de boa qualidade?

Fonte: Blog esse tal meio ambiente

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Livros de Plástico: Já tinham visto?


Um projeto pioneiro da Universidade Federal de São Carlos vem dando o que falar no meio editorial brasileiro, é o livro de plástico, isso mesmo, são livros feitos à partir de plástico reciclável.

Este conceito foi lançado na BrasilPlast do ano passado (feira destinada aos fabricantes da cadeia produtiva do plástico) e desde então vem sendo visto com bons olhos como uma alternativa sustentável de preservação ao meio-ambiente.


As principais características deste novo "papel" são:

1. a quantidade de tinta utilizada na impressão chega a ser 20% menor em relação ao papel comum;
2. o papel plástico é impermeável;
3. não amassa;
4. é muito mais resistente a rabiscos e rasgos;
5. não há interferência na resolução de desenhos e gráficos.

Apesar de todos estes benefícios e diferenciais, e de ter sido muito bem recebido pelas gráficas e editoras, o papel de plástico ainda tem uma participação muito pequena no mercado, fruto do seu custo, que chega a ser 30% superior ao papel convencional. No entanto, a perspectiva é que esta diferença venha a diminuir gradualmente, conforme a demanda for aumentando.

A Fundação Padre Anchieta já encomendou para este ano mais de 260 mil unidades de livros de plásticos recicláveis, para distribuir em 180 escolas técnicas.

Fonte: Blog o vendedor de livros




quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Olímpia propõe que consumidores ganhem desconto por não usar sacolas plásticas

RIBEIRÃO PRETO, SP - A Prefeitura de Olímpia (438 km de São Paulo) quer a substituição de sacolas plásticas no comércio local e, para isso, propõe que o consumidor que não usar a sacola terá direito a um desconto de R$ 0,03 a cada cinco itens comprados.

O comércio seria, ainda, obrigado a receber sacos plásticos entregues pela população e, a cada 50 sacolas devolvidas, o consumidor teria direito a receber um quilo de arroz ou feijão -o material seria destinado à reciclagem.

Todas as sacolas recolhidas devem ter uma destinação ecologicamente correta, ainda segundo a proposta do Executivo que está na Câmara. O projeto foi encaminhado no dia 8 de fevereiro e aguarda o parecer da Comissão de Justiça e Redação para que seja votado pelos vereadores.

De acordo com o diretor do Meio Ambiente de Olímpia, Fernando Velho, a lei foi feita nos moldes da existente no Rio de Janeiro, onde a sacola foi proibida em 2009 -os estabelecimentos tiveram prazo de um ano para se adaptar. A lei em Olímpia seria válida para empresas com área construída superior a 200 m2.

A proposta é tirar de circulação o produto com o argumento de que sua decomposição na natureza é lenta. Ao município, caberá fazer campanhas de conscientização na rede municipal de ensino. Os locais terão ainda, caso a lei seja aprovada, um ano para se adaptar e colocar avisos na loja incentivando o consumidor a levar a sua própria sacola reutilizável de casa.

Da Folhapress

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Metais pesados: uma enorme pilha de problemas

por Igor Fabian de Goes Lopes do blog e esse tal meio ambiente?

O chumbo é um velho e problemático conhecido nosso. Nas últimas décadas, vários países do mundo vem se esforçando para bani-lo de qualquer produto e processo industrial, a fim de eliminar os riscos de contaminação e acidentes ambientais. Ainda assim, ele continua sendo um dos principais componentes de muitas baterias usadas por aí.

Há alguns dias na China, uma indústria clandestina de baterias automotivas foi fechadaapós exames médicos confirmarem a contaminação por chumbo em cerca de 200 jovens moradores da região vizinha à fábrica, sendo que 24 precisaram ser hospitalizados. Esse caso é apenas o mais recente de uma série de outros similares na China, cuja indústria é conhecida no mundo inteiro pela alta produção à custa da falta de qualidade e de condições seguras de trabalho.

Essa falta de cuidado na manipulação de metais pesados e produtos tóxicos não é exclusividade da China. Basta lembrar que em 2010 houve um vazamento de lama tóxica que atingiu várias cidades na Hungria, contaminando inclusive o rio Danúbio. Nem precisamos ir ao outro lado do mundo, o Brasil também não está livre dessa ameaça. Talvez aí do outro lado da sua rua exista uma indústria clandestina trabalhando com substâncias perigosas sem a menor segurança.

O problema é que pela tendência tecnológica o uso de pilhas e baterias, feitas com esses metais pesados, só tende a aumentar. Os carros, motos e bicicletas elétricos são uma maravilha moderna, pois acabam com o problema da emissão de carbono dos motores a combustão, mas como nem tudo são flores, é preciso antecipar também o problema da geração de lixo decorrente das baterias usadas que serão descartadas. Imagine se toda a frota de automóveis com motores a combustão em circulação hoje no Brasil, de repente fosse substituída por veículos elétricos, cada um com uma bateria? E alguns modelos utilizam até mais do que uma só bateria. Onde elas seriam jogadas depois de esgotadas? Pelo menos, trocaremos um problemão, que é a emissão de carbono, por um probleminha, que são as baterias descartadas, afinal, elas podem ser recicladas. Por outro lado, se já é difícil descobrir o que fazer com as pilhas comuns, imagine baterias automotivas enormes, pesadas, e ainda por cima tóxicas?

Há, nas baterias chumbo-ácido presentes nos automóveis de motores a explosão, uma logística por parte dos fabricantes para o seu reaproveitamento. Mesmo assim, não é difícil encontrar depósitos irregulares onde as baterias ficam empilhadas em um terreno qualquer, expostas ao vento e à chuva.

O agravante é que elas só são viáveis se forem recarregáveis, e todas as baterias recarregáveis no mercado contém metais pesados, sendo as principais as de chumbo-ácido e de níquel-cádmio.

A reciclagem de pilhas e baterias é mais um dos abacaxis do lixo tecnológico a serem descascados. Sim, abacaxis, porque se fossem bananas a serem descascadas, pelo menos metade do problema já estaria resolvido . Essas pilhas comuns e alcalinas (chamadas Le Clanché) podem ser descartadas no lixo comum segundo os fabricantes, porque seus teores de mercúrio são considerados seguros pela lei, mas teores seguros não são necessariamente teores nulos. Elas ainda apresentam traços mínimos que não podem ser ignorados, principalmente se tivermos uma grande quantidade delas juntas, como em um lixão, por exemplo. E ainda, aproveitando o gancho da indústria chinesa, devemos abrir o olho para as pilhas piratas! Essas são irregulares e não tem seus teores de metais pesados controlados, sendo normalmente muito acima do permitido. E atenção também para as pilhas-botão, as populares pilhas de relógio, que pesar de pequenas contém mercúrio como principal componente.

No Brasil existem pouquíssimas indústrias que processam pilhas e baterias usadas, porém já são muitos os programas de coleta voluntária em prefeituras, bancos, mercados e pontos de venda. Apesar de difícil e muito problemática, e ainda estar engatinhando, a reciclagem dos metais pesados dessas baterias promete ser um negócio da China! Só esperamos que a China tome mais cuidado e seja mais responsável pela segurança ambiental de suas indústrias, e que casos como esse sirvam de alerta para todo o mundo, inclusive para nós aqui no Brasil.