segunda-feira, maio 30, 2011

CÂMARA DO RECIFE DEBATE POLÍTICA NACIONAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Na próxima quarta-feira, 01 de junho, o vereador Josenildo Sinésio, líder do governo, promove uma audiência pública para debater sobre a Lei nº 12.305/2010 de Política Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada pelo presidente Lula, em 2 de agosto de 2010.

Estados e municípios terão que aprovar, até 2012, legislações para se adequar às novas regras. Até 2014, os aterros sanitários só receberão os rejeitos. A meta é avançar na coleta seletiva e no reaproveitamento dos resíduos sólidos. Os lixões serão eliminados. Entra em cena a logística reversa. As indústrias serão obrigadas a retirar os produtos em desuso do mercado e se responsabilizar pela reciclagem dos componentes.

A audiência, em atendimento ao requerimento será realizada no Plenarinho da Câmara Municipal do Recife, às 9h da manhã.

sábado, maio 28, 2011

O QUE É CONSUMO CONSCIENTE?

Fonte: Djalma Junior

O conceito de consumo sustentável passou a ser construído a partir do termo desenvolvimento sustentável, que foi divulgado com a agenda 21, documento que foi elaborado na conferência das nações unidas sobre o meio ambiente e desenvolvimento no Rio de Janeiro em 1992. Os temas principais desse documento falam justamente sobre mudanças de padrões de consumo, manejo ambiental dos resíduos sólidos e saneamento e abordam ainda o fortalecimento do papel do comércio e da indústria.

Sendo assim, consumo consciente é o que atende as necessidades da geração atual sem prejuízo para as gerações futuras. É saber usar pára nunca faltar! É saber aprimorar suas escolhas, optando por produtos ecologicamente corretos e socialmente justos.

Nos países desenvolvidos há uma filosofia de que consumo consciente, além de não prejudicar o meio ambiente, é uma forma de que todas e todas tenham acesso a produtos e serviços que atendam às suas necessidades básicas de consumo.

O desafio de que todos passem a pensar seriamente na necessidade de reciclar, de adotar um novo estilo de vida e de padrões de consumo é uma tarefa que envolve o estado, movimentos sociais e a população em geral.

Você já pensou na quantidade de água que utiliza para escovar os dentes tomar banho lavar a louça, a roupa ou o carro? Ao deixar um cômodo você apaga a luz? Você se preocupa em casa, na escola, no trabalho em reciclar o papel que não tem mais utilidade ou o joga diretamente no lixo? Quando vai fazer compras, você adquire realmente o que necessita, ou, por atos compulsivos, ou sugestões de publicidades, vai adquirindo produtos supérfluos? Você prepara comida suficiente apenas para o consumo, ou faz a mais para depois jogar fora? Você se dá conta de que, se não começar a pensar nessas questões, além de consumir os recursos naturais do Planeta, que vão comprometer a vida das gerações futuras, esse consumismo desenfreado tem também impacto no seu bolso?

São ações cotidianas concretas como essas que permitem a qualquer pessoa contribuir para a preservação do meio ambiente melhorando a qualidade de vida de todos. O conceito de consumo consciente é bem amplo e vai além das questões como direito do consumidor e da reciclagem de lixo, por exemplo. Ele dá a condição ao consumidor de ser protagonista no contexto social, político e cultural. O consumidor consegue um empoderamento e busca usá-lo em beneficio de uma sociedade mais sustentável. Ele deixa de ser apenas um consumidor comum e passa a ser um “consumidor cidadão”.

quinta-feira, maio 26, 2011

A TERRA SE MOVE

Fonte: Coluna no Globo - Enviado por Míriam Leitão e Alvaro Gribe

Terça foi um dia devastador. Foi desmoralizante a derrota dos ambientalistas e de todos os que defendem uma modernização das práticas agrícolas no Brasil na votação do Código Florestal na Câmara dos Deputados. Os ruralistas conseguiram tudo o que queriam. Dois defensores da floresta foram assassinados no Pará e, mesmo depois de mortos, vaiados no Congresso.

Foi também o dia da morte de um lutador contra o racismo. Era uma delícia conversar com Abdias Nascimento, ouvir suas histórias, e ver que, tendo nascido em 1914, em 2011 ele ainda combatia as lutas que atravessaram sua vida. Sua convicção era que o racismo brasileiro divide a sociedade de uma forma dolorosa para quem vive o preconceito; mas continua invisível e negada por uma parte do país. Abdias foi um agitador cultural e produtor de ideias. Começou a defender teses de ação afirmativa antes que o conceito existisse, nos anos 1940. Nas várias trincheiras em que atuou — teatro, cinema, jornalismo, artes plásticas, política — era o mesmo Abdias: o que sustentava que sim o racismo existe entre nós, disfarçado às vezes, explícito outras, e que com todas as suas artimanhas ele apequena o Brasil.

As notícias dos acontecimentos no Congresso me lembraram os clubes da lavoura dos tempos do Império. Naquela ordem escravagista, o abolicionismo era tratado como ideia que destruiria a capacidade produtiva do país. Montados como centrais de lobby para a defesa da escravidão, os clubes da lavoura sustentavam que o país se consumiria sem a escravidão. De vez em quando o Brasil segue a ordem de evitar o progresso. Contudo, a Terra se move. Por seis anos os abolicionistas, monarquistas ou republicanos, lutaram, com o apoio do Imperador, até que conseguiram aprovar a Lei do Ventre Livre.

Fazendo apenas o cálculo econômico: foi uma insensatez a escolha que o Brasil começou a fazer na noite da terça-feira. O Brasil é grande e competitivo produtor de alimentos. Continuaria a ser, com mais segurança, se tivesse escolhido o caminho da conciliação com o meio ambiente. Mas ele escolheu, até agora, aceitar o desmatamento, anular as multas a grileiros e desmatadores, deixar aos estados decisões sobre áreas de preservação, reduzir a proteção das florestas e remanescentes de matas que ainda temos em outros biomas. Os cientistas alertaram que este caminho é perigoso. A Agência de Águas avisou dos riscos. Ex-ministros que serviram a partidos, governos e regimes diferentes se uniram. Mas o recado da Câmara foi eloquente: venceu o clube de lavoura.

Há produtores com visão moderna, mas para eles o silêncio foi conveniente. Apareceram para falar uns poucos, como o bravo Marcos Palmeira, que refaz seu pedaço de Mata Atlântica e supre supermercados do Rio com alimento orgânico enquanto espalha informações sobre novas práticas. Mas os grandes produtores que entendem a necessidade do equilíbrio entre produção e proteção, preferiam soltar a tropa de choque do pior ruralismo. A oposição não se opôs; o partido do governo se partiu.

Símbolo de um dia em que o passado engoliu o futuro foi o momento em que os ruralistas, em plenário, e sua claque, nas galerias, vaiaram vítimas de um assassinato. José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo foram mortos em emboscada no Pará. Um detalhe macrabro: os assassinos arrancaram a orelha de José Cláudio. Os dois eram líderes de projetos extrativistas. Lutavam, entre outras causas, para proteger a Castanheira, árvore que por lei não pode ser derrubada. Tinham 20 hectares em Nova Ipixuna com 80% da área preservada. Juntos com outros 500 pequenos produtores extraíam óleos vegetais, cupuaçu e açaí. Estavam ameaçados e foram mortos por denunciar desmatamento para a produção de carvão e formação de pasto.

O carvão está na cadeia produtiva da siderurgia, entre outras. Os pastos estão na produção da proteína animal. No mundo inteiro a tendência da hora é limpar a cadeia produtiva. Grandes empresas sabem que perdem mercado e consumidores se não fiscalizarem a sua lista de fornecedores. A hora da verdade chegou. No mundo inteiro há consumidores se perguntando como são feitos os produtos que consomem e que tipo de prática eles legalizam nas suas compras. Foi a pressão de consumidores que levou à moratória da soja. Foi a coalizão entre supermercados, consumidores, Ministério Público e ONGs que levou ao pacto da carne legal; uma ideia ainda não realizada. O maior produtor de carne do Brasil, o JBS-Friboi, me disse que não tem como controlar sua cadeia produtiva. O BNDES, gestor do Fundo Amazônia, é hoje o maior acionista do JBS. Tudo isso vai alimentar as barreiras contra o comércio externo brasileiro.

A derrubada de todas as barreiras, camufladas ou não, à ascensão dos negros tornará a economia mais forte. A inclusão da preocupação ambiental na produção agrícola vai aumentar a capacidade do Brasil de competir por mercados mundo afora, dará ao consumidor o conforto de um produto limpo, e protegerá a vocação agrícola do país das mudanças climáticas. Os clubes da lavoura estavam errados no século XIX. Os ruralistas vitoriosos de terça-feira estão errados. Contudo, a Terra se move.

quarta-feira, maio 25, 2011

Blog lamenta aprovação do código florestal.

Depois de anos de debate sobre o código florestal tivemos um desfecho lamentável ontem na câmara dos deputados onde foi aprovado o código florestal tendo como relator o deputado Aldo Rebelo (PC do B - SP). Com 410 votos a favor, 63 contra e 1 abstenção, as alterações propostas pelo relator citado foram aprovadas por nossos representantes na câmara. Apenas PV e PSOL e alguns integrantes do PT, PSB e PDT foram contra o código ou contra alguns pontos como a anistia ao desmatadores e as modificação das APP`S(Áreas de Preservação Permanente).
A presidenta Dilma não ficou nada satisfeita em ver alguns pontos que o governo não aceitava serem aprovados como os citados pela matéria e promete vetar os pontos discordantes. Já o projeto vai para o senado e acredita-se poder reverter essa situação. Eu acredito ser muito difícil essa mudança e nós do Blog Conexão Meio Ambiente ficamos muito indignados com a aprovação desse código que só irá aumentar o desmatamento e a degradação ambiental.Reitero aqui a minha posição contrária à esse código e vendo a votação na fala dos parlamentares percebemos uma série de mentiras dizendo que o código irá ajudar o pequeno produtor e que há um complô dos organismos internacionais para redução da produção agrícola no país.

Ai vai uma lista para que vocês saibam como seu Deputado votou nessa matéria tão importante para sociedade:


Aprovação do Código Florestal: heróis ruralistas x vilões ambientalistas

A reforma do Código Florestal foi aprovada na última terça, 24 de maio, na Câmara dos Deputados, depois de mais de três semanas de adiamento e discussões, nada produtivas. Foram exatos 410 votos a favor da aprovação do texto do Dep. Aldo Rebelo (PC do B-SP), que ao final da votação foi ovacionado e homenageado por sua fibra em defesa do progresso, e bem estar do povo brasileiro.

Para quem gostaria de saber o que muda realmente com a aprovação do novo Código Florestal, recomendo os textos publicados aqui no E esse tal meio ambiente?, e em tantos outros blog ambientais e sites de notícias, que discutiram e apresentaram a temática. Porque o intuito deste post não é apresentar o conteúdo do texto, ou as emendas incluídas na proposta do Dep. Aldo Rebelo, quero neste post analisar um pouco dos discursos dos deputados na sessão de ontem, e nas anteriores, que debateram o Código Florestal.

Em seus discursos, deputados que não pertenciam até o momento a bancada ruralista, por motivos diversos, passaram a defender a aprovação da proposta do Dep. Aldo Rebelo, como se fossem uma questão de vida ou morte, ou ainda pior, do bem contra o mal. Deputados que nunca se lembraram da existência da agricultura familiar, ou do pequeno agricultor, passaram a usá-los como justificativa para aprovação do Código Florestal, no texto da proposta a agricultura familiar nem é ao menos citado.

Quem era/é contra a reforma do Código Florestal é contra a agricultura familiar, é contra o pequeno agricultor, foi isso que, os Excelentíssimos Deputados deixaram claro em seus discursos. Os ambientalistas são contra aqueles que alimentam o povo e sustentam este país. O que é uma inverdade. Quem é contra o texto do Dep. Aldo Rebelo, e me incluo aqui, não é contra a agricultura familiar, até porque a proposta somente beneficia os grandes ruralistas, e esquece o pequeno produtor.

O Brasil possui uma imensa área já utilizada para plantio – e mal utilizada na grande maioria das vezes. Uma reforma agrária justa e eficaz, melhoria nas estradas que são utilizadas para escoar a produção, e centenas de outras questões que não envolvem anistia, ou mais desmatamento, poderiam ser feitas para evitar um possível problema no abastecimento.

Contudo, o que mais me chamou atenção nos discursos dos deputados que defendiam o texto do novo Código Florestal foi à utilização da tática de colocar os ambientalistas como vilões, e não foram poucos que usaram desta artimanha.

O Dep. Geovani Cherini (PDT-RS) chegou a dizer que os ambientalistas deviam lutar contra as Angras, coisa que segundo o deputado, eles nunca fizeram. Sinceramente, não sei em que mundo o Deputado vive, mas posso afirma que ele é um desconhecedor da luta ambiental brasileira, e da luta contra as construção de usinas nucleares no Brasil.

Porém, o momento de maior pesar para aqueles que acompanhavam as discussões sobre a votação, foi quando o Dep. Sarney Filho comunicava o assassinato do líder extrativista Zé Claudio e de sua esposa, Maria do Espírito Santo da Silva, sobe forte vaia de alguns deputados. José Claudio Ribeiro da Silva era considerado o sucessor de Chico Mendes, e vinha recebendo ameaças de madeireiros da região desde 2008.

Não sei se o que os deputados vaiaram, mas perderam uma grande oportunidade de ficarem calados, e de mostrarem sua humanidade. A morte do Zé Claudio e de sua esposa mostra o quão os defensores do desenvolvimento sustentável e da proteção ambiental são ameaçados e vitimas da ganância dos poderosos deste país.

Não sou a favor da polarização, e não acredito que aqueles que defendiam a não aprovação do texto do Dep. Aldo Rebelo queriam essa dualidade que foi construída pelos deputados, tornando os ruralistas em heróis nacionais, e os ambientalistas em vilões. Destruíram uma discussão que poderia colocar o Brasil em um novo caminho, que levasse ao desenvolvimento ético, e sustentável. Que colocaria o Brasil no mais alto patamar sobre as discussões ambientais, e como exemplo mundial. Contudo, eles preferiam fechar as discussões, minimizar a importância da preservação florestal, e visar somente o lucro, e seus bolsos.

Fonte: Blog E Esse Tal Meio Ambiente?

segunda-feira, maio 23, 2011

SUSTENTABILIDADE E A COPA DE 2014

Artigo: Djalma Junior

Muito mais do que seleções disputando um título em estádios lotados com pessoas alegres, a Copa é uma indústria que movimenta bilhões de dólares, atua em diversos setores da economia e gera muitos empregos. Muitos mesmo. Para 30 dias de celebração mundial, ela requer anos de preparação e uma cadeia produtiva altamente impactante para o meio ambiente.

A Copa do Brasil já está sendo chamada de COPA LIMPA ou COPA SUSTENTÁVEL, porém, para que a mesma possa ser realizada é preciso resolver dois problemas fundamentais: o do transporte e da construção civil. Quem mora nas grandes cidades sofre com a precariedade dos transportes públicos sendo obrigado a se deslocar com veículos particulares para uma mobilidade diária.

No que diz respeito à construção civil, por mais que haja uma ampla discussão da sustentabilidade do setor sabe-se dos grandes impactos ambientais provocados por esse tipo de atividade. Sem falar que na copa haverá a necessidade urgente de construção e reforma no setor hoteleiro, modernização e construção de novos estádios.

Outros problemas além dos citados precisam ser resolvidos como investimento em fontes de energia menos impactantes como a energia solar e eólica, mecanismos que possibilitem a captação de água de outras fontes como a da chuva, sistemas de reuso para utilização nos estádios para fins menos nobres, como a drenagem dos estádios e a utilização em banheiros. Obras como essas são estruturadoras, caras e demoradas podendo ser comprometidas por questões políticas, principalmente em anos eleitorais.

Um documento muito interessante de se ler é o “Green Goal Legacy Report”, que é um reporte dos impactos ambientais ocorridos na Copa da Alemanha, quando o meio ambiente entrou no programa do evento pela primeira vez. A premissa, ou o “green goal” era que todos os efeitos adversos no meio ambiente associados à organização da Copa do Mundo deveriam ser reduzidos ao máximo possível.

Uma série de metas foram estabelecidas nos pontos mais importantes, principalmente transporte, consumo de água e energia e mudanças climáticas. O Green Goal Legacy Report se focou, basicamente, nos impactos gerados no evento, como a redução de consumo de água nos estádios, por exemplo. No entanto, sabemos que uma torneira aberta por um turista no banheiro do seu quarto do hotel também é um impacto causado pela Copa naquela região.

E é ai onde a COPA de 2014 no Brasil poderá fazer a diferença: uma COPA focada na sustentabilidade. Ao contrário da Alemanha que sediou a COPA de 2006, o Brasil ainda é iniciante em infra-estrutura e desenvolvimento sustentável e apesar de todos os percalços políticos causados pelo processo gerados pelas obras de grande porte, existe a possibilidade de se ter sucesso na organização do evento.

Problemas estruturais à parte devemos nos concentrar nos ganhos que o país terá em sediar uma copa do mundo. Não só no que se refere à turismo, infra-estrutura e mobilidade urbana, Falo do legado de conhecimento, de know-how e de mudança de postura, tanto dos cidadãos quanto das empresas, estejam elas envolvidas com a Copa ou não.


Política Nacional de Resíduos Sólidos prevê responsabilidade compartilhada

No ano passado, foi aprovada uma das mais importantes Leis ambientais do Brasil: a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Referida norma, que estipula as diretrizes gerais para disciplinar o manejo das cerca de 150 mil toneladas de lixo produzidas diariamente nas cidades brasileiras, tem mudado a rotina da população, das grandes corporações e de órgãos públicos, que começam a demonstrar ainda mais preocupação com o descarte, reciclagem e reutilização do lixo.

Fonte: Akatu

Isso está acontecendo porque, antes da Lei, havia apenas a construção jurídica da responsabilidade civil ambiental solidária e que dispensa a comprovação da culpa do infrator ambiental. Isso significava dizer que, na prática, qualquer pessoa, física ou jurídica, que contribuísse de alguma forma para um dano ambiental, poderia ser sozinha condenada a arcar com os custos da recuperação do meio ambiente, mesmo não tendo sido a única causadora do prejuízo ambiental.

Com a nova Lei, foi prevista a chamada “responsabilidade compartilhada” entre os atores envolvidos, como governo, indústria, comércio e consumidor, na gestão desses resíduos sólidos. Essa mudança na Lei traz uma
possibilidade de, através de acordos setoriais, determinar inclusive a responsabilidade dos consumidores por eventuais danos ambientais causados por certos resíduos.

Para os setores que se adiantarem, organizando-se na determinação das participações de cada um com a produção de resíduos, determinando o compartilhamento de suas responsabilidades, estarão assim a evitar a imposição de regras apresentadas unilateralmente pela Administração Pública.

Quanto à aplicação da Lei da PNRS por setores, seguem as principais determinações:

Municípios – foi estipulado um prazo de quatro anos para que os municípios adequem às novas diretrizes seus planos de manejo dos resíduos.

Empresas – devem desenvolver meios para recolher as embalagens de seus produtos após a utilização dos consumidores, e realizar a destinação ambientalmente adequada dos mesmos. Isso evitará eventuais multas e até mesmo a paralisação das atividades das empresas.

Consumidores – devem fazer a correta separação do lixo, onde houver coleta seletiva, e/ou acondicionar o lixo de forma adequada para a coleta. Ficam proibidos de jogar resíduos em praias, rios, lagos e mar.

Cooperativas e associações de catadores de resíduos recicláveis – a Lei prevê linhas de financiamento para essas entidades. 

Por: Luis Fernando de Freitas Penteado, Advogado Ambiental.

terça-feira, maio 17, 2011

Audiência pública sobre a Revitalização da Lagoa Olho D'água não trouxe grandes respostas

Fonte: Blog Lagoa Olho D´Água


A plenária da câmara de vereadores de Jaboatão lotou hoje pela manhã. Pessoas de várias comunidades da lagoa esperavam ansiosas por respostas do poder público referente ao processo de Revitalização da bacia da Lagoa Olho D'água. A audiência que durou mais de 3 horas encerou-se sem grandes respostas, mas abriu um espaço importante para a discussão em torno de toda problemática que envolve a lagoa e seus mais de 100 mil habitantes.

Estiveram presentes representantes da CEHAB, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, 11 vereadores de Jaboatão, secretários e defesa civil do município, o vice presidente de OAB, o vice-prefeito de Jaboatão Edir Pires, além de Amaro João, ex-presidente da CEHAB, que representava o senador Humberto Costa (PT).

Com uma hora de atraso, a sessão foi iniciada pelo vereador Robson Leite. Robson disse que essa audiência já havia sido convocada por ele desde o ano passado, mas precisou ser adiada por ser ano eleitoral. Após uma breve explanação com os problemas da lagoa, Robson passou a palavra para a representante da CEHAB, a arquiteta urbanista Maria José, responsável pelos estudos e projetos que estão sendo realizados para a lagoa.

Sem trazer grandes novidades, Maria José explicou que atualmente o Governo do Estado está elaborando um Plano de Desenvolvimento Local Integrado - PDLI - da lagoa. Através deste plano, o Governo pretende fazer um diagnóstico não só da lagoa, mas de todas as comunidades ao seu redor. Maria José disse ainda que esse PLDI está sendo feito em parceria com as comunidades e só depois desse diagnóstico é que serão elaborados os projetos de saneamento e uma possível urbanização do entorno da lagoa. Questionada de quais intervenções seriam executadas na lagoa, a arquiteta disse ainda não saber, já que aguarda o resultado desses estudos.

Com relação ao habitacional que deverá receber as pessoas que serão retiradas das margens da lagoa, os responsáveis da CEHAB informaram que parte das habitações (cerca de 200), serão entregues agora em Junho. O restante (mais de 1000) apenas em 2012. Uma data precisa, mais uma vez, não foi informada.

Início das obras de urbanização

Enquanto os representantes do Governo do Estado se preocupavam em explicar as questões técnicas (muitas vezes burocráticas e desinteressantes), a população estava ansiosa para saber os prazos. Os moradores de comunidades como Loreto, Jardim Piedade, Dom Hélder e Barra de Jangada, que são diretamente afetados pelas enchentes e problemas de saneamento, queriam saber quando finalmente as obras de revitalização da Lagoa iriam começar.

Infelizmente o governo (mais uma vez) fez projeções e deixou a população irritada. Alguns integrantes do governo municipal e estadual chegaram a ser vaiados pelos presentes quando desconversaram a respeito de prazos.

Pelo que nosso blog entendeu e conversou nos bastidores com alguns responsáveis pelo projeto, os estudos, PDLI e projetos ficam prontos este ano. Apenas no início de 2012 devem ir para licitação, para em seguida, se tudo der certo, as obras que não sabemos ainda quais são se iniciarem.

DICA DE LIVRO: A TEIA DA VIDA

Esse blog irá a partir de hoje dar dicas de livros e vídeos sobre a temática ambiental.

"A teia da vida" livro do físico e escritor austríaco Fritjof Capra irá abrir essa seleta lista.



A Teia da Vida: uma Nova Compreensão Científica
dos Sistemas Vivos - Fritjof Capra - RS 35,00 em média

O livro trata das questões ecológicas e da nossa maneira de enxergar o mundo, forçando a mudança da uma visão cartesiana para a sistêmica. Ele narra desde o tempo em que a terra era uma bola que soltava fogo pelas ventas, passando por todo o processo que a fez resfriar e, por isso, dar lugar a proliferação da vida. Sua teoria de que a Terra, Gaia, é auto-poiética (do gregoauto “próprio”, e poiesis “criação”) – ou seja, é um sistema autônomo que está constantemente se autoproduzindo e autorregulando -, comprova através desta característica que, do aparente caos, há o equilíbrio da vida. Logo, afirma que Gaia é um organismo vivo.

A evolução da vida, de simples bactérias que usavam hidrogênio como elemento essencial a vida, até a sua evolução em captar o oxigênio do ar, passando pelo que é considerado um dos maiores saltos evolutivos da história do planeta e aquilo o que faz ser possível a vida na Terra como a conhecemos hoje: a fotossíntese do oxigênio. A percepção de que o que nos levou a evoluir como único ser pensante da Terra foi a capacidade de abstrair (adorei isso!) e que o sexo é uma evolução, e não um instinto fadado ao desuso, fazem parte das teorias interessantíssimas que o livro traz a tona.

As dinâmicas de relacionamento entre tudo e todos, de que a vida na Terra é uma constante simbiose,onde há muito mais uma colaboração entre os organismos do que uma guerra sangrenta, onde o mais forte sobrevive. Peço sua reflexão para este trecho:

“O reconhecimento da simbiose como uma força evolutiva importante tem profundas implicações filosóficas. Todos os organismos maiores, inclusive nós mesmos, são testemunhas vivas do fato de que práticas destrutivas não funcionam a longo prazo. No fim, os agressores sempre destroem a si mesmos, abrindo caminho para outros que sabem como cooperar e como progredir. A vida é muito menos uma luta competitiva pela sobrevivência do que um triunfo da cooperação e da criatividade. Na verdade, desde a criação das primeiras células nucleadas, a evolução procedeu por meio de arranjos de cooperação e de co-evolução cada vez mais intrincados.”

Este livro pode e deve ser apreciado não somente por quem tem interesse nas intricadas relações do meio ambiente. Ele insere e possibilita também percepções filosóficas, científicas e psicológicas sobre nós mesmos.

Fonte: Esse tal meio ambiente


domingo, maio 15, 2011

COMO DEIXAR COMENTÁRIOS EM NOSSO BLOG?

Tenho encontrado alguns amigos dizendo que estão com dificuldades de deixar comentários no nosso blog. Irei agora passar algumas informações sobre como deixar sua opinião sobre os temas abordados.

1. O Blog não permite comentários anônimos portanto, depois de postar seu comentário, selecionar o perfil. O mais popular é o do google. Você deverá ter uma conta no google. Deve seguir as orientações abaixo:

2. A partir daqui você já pode iniciar a criar sua conta no google. clique no link iniciar.

Não possui uma conta no google?

3. Depois disso, você pode comentar à vontade que o seu perfil entrará automaticamente.Só é agora clicar na opção Postar comentário.

Espero que a partir de agora tenhamos mais comentários gerando uma maior discussão dos temas postados.

Um abraço a todos e obrigado pela participação.

Djalma Junior

sexta-feira, maio 13, 2011

Carro elétrico será testado em junho


Fonte: Blog Ciência e Meio Ambiente - JC

Silencioso e compacto, o Aris corre o risco de passar despercebido a partir de junho, quando começa a circular pelas ruas do Grande Recife. "Sustentabilidade exige simplicidade", justifica o secretário de Meio Ambiente de Pernambuco, Sérgio Xavier, que assinou ontem (9.05) contrato de comodato com a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) para realizar os testes do veículo movido a eletricidade.

O furgão da CPFL conduzirá a custo zero para os cofres públicos, durante seis meses, os técnicos e também funcionários da área administrativa da secretaria. O contrato prevê, no entanto, que o governo do Estado faça a manutenção do Aris. "Teremos que devolvê-lo nas mesmas condições que recebemos", diz o secretário.

Mais que divulgar um veículo que usa tecnologia limpa, Sergio Xavier quer uma montadora de carros elétricos em Pernambuco. "Um relatório recente do Pnuma (Programa das Nações Unidades para o Meio Ambiente) aponta dez eixos básicos para a economia de baixo carbono. Investir em empresas que desenvolvem energias alternativas é um deles."

O vice-presidente da CPFL, Paulo Cézar Coelho Tavares, a produção em larga escala pode baratear o preço do modelo. "Hoje um Aris custa R$ 80 mil, incluindo os impostos. Se fabricado numa montadora, com aproximadamente 30 mil unidades ao ano, esse custo é reduzido entre 30% e 40%", estima o engenheiro.

Apenas a carroceria, em alumínio, tem tecnologia 100% brasileira. O motor é fabricado na Itália e a bateria, na China. "Quanto mais leve, mais aumenta a eficiência", explica Paulo Cézar Coelho. Para o secretário Sérgio Xavier, carros desse tipo ajudam a solucionar problemas ambientais e também de mobilidade. "No lugar de um automóvel grande, uma pessoa que costuma ir de carro ao trabalho sozinha pode usar um carro como o Aris, que não polui a atmosfera e ocupa menos espaço nas ruas", exemplifica.

O veículo está em fase de testes pelos Correios de Campinas, em São Paulo, desde setembro. Como tem capacidade para 300 quilos e acomoda duas pessoas, pode ser ainda um carro de frota. "Outra possibilidade é ser usado como táxi, que normalmente transporta apenas uma pessoa", sugere.

AFINAL, O QUE É MODA SUSTENTÁVEL?


Fonte: Djalma Junior

Nos últimos anos, desde a ECO-92(Conferência das nações unidas sobre o meio ambiente e o desenvolvimento), a quantidade de informação produzida nos meios de comunicação sobre meio ambiente tem aumentando exponencialmente. O objetivo dessa conferência era encontrar meios de conciliar o desenvolvimento econômico com a conservação da biodiversidade da terra. Responsabilidade sócio-ambiental virou a tônica dessa nova sociedade de consumo

Em se tratando de moda 450 milhões de peças de camisetas são produzidas por ano. De acordo com estudo do IISD (Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável), para confeccionar uma camiseta de 250 gramas, na China, utiliza-se, em média, 160 gramas de agrotóxicos. Uma pesquisa do Departamento Agrícola dos Estados Unidos aponta ainda que cerca de um terço dos pesticidas e fertilizantes produzidos no mundo são pulverizados sobre o algodão.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que 25% dos inseticidas produzidos mundialmente são utilizados na plantação do algodão e quase metade deles são extremamente tóxicos. O Aldicarbe (ou Temik 150) é, por exemplo, o segundo pesticida mais utilizado na produção de algodão mundial e apenas uma gota dele, absorvida pela pele, é suficiente para matar um adulto. Pesquisas afirmam que o algodão entre os produtos que precisam de controle ambiental. Isso levou a alguns astros como Jason Mraz se apresentarem em eventos importantes como Grammy usando terno de plástico reciclável. Dentro desse contexto levante o seguinte questionamento: o que é moda sustentável? Essa pergunta seria respondida com mais propriedade se tivéssemos profissionais que não costumam estar na linha de frente do mundo da moda como engenheiros da área têxtil com embasamento em estudos de impacto ambiental.

A roupa genuinamente orgânica só será produzida com um preço acessível quando profissionais da área da moda como estilistas, designers trabalharem em conjunto com profissionais da área de gestão ambiental. Dificuldades existem, pois, para ser qualificado como orgânico, o algodão ou lã precisam passar por inspeções e processos sofisticados para não serem tocados por produtos químicos e substâncias tóxicas. Mas a indústria têxtil mundial encontra grande dificuldade para definir os padrões de qualidade mínimos necessários à criação de um produto realmente orgânico e sustentável.

No Brasil, diversos produtores da Paraíba já trabalham com a IFOAM (International Federation of Organic Agriculture Movements) para atender à legislação referente a produtos orgânicos da Comunidade Européia e dos Estados Unidos. Em 2007, cerca de 7.500 hectares nos Estados Unidos foram dedicados à safra de algodão orgânico. E programas como o “North American Organic Fiber Processing Standards” já estão se popularizando junto à indústria da moda.

Além da indústria têxtil o campo a moda está se mobilizando. Em fevereiro de 2010, na Fashion Week de Londres, a exposição “Estethica” foi dedicada à moda ecologicamente sustentável. Em março de 2010, o Fashion Institute of Technology em Nova York, uniu forças com a Universidade de Delaware e com a escola de design Parsons para montar uma exposição de moda sustentável, intitulada “Passion for Sustainable Fashion”, na qual os estudantes criaram roupas com matérias de origem ética e matérias-primas ecologicamente neutras.

Outra alternativa é a Upcycling que é processo de transformar resíduos ou produtos inúteis e descartáveis em novos materiais ou produtos de maior valor, uso ou qualidade. O terno de Jason Mraz é um grande exemplo. A grande dificuldade é fazer a Upcycling em escala comercial.

É imperativo que possamos repensar nossas práticas de consumo e nos conscientizar de que sustentabilidade não se trata de modismo e sim de algo sério e que deva ser abordado de forma coerente e educativa.

IMOBILIDADE URBANA

Fonte: Djalma Junior

Vou nesse meu artigo falar um pouco sobre as dificuldades do transporte público em nosso país. O transporte público das grandes metrópoles brasileiras, quando comparado a cidades de países desenvolvidos ou mesmo a algumas cidades de países emergentes, apresenta significativas diferenças organizacionais e gerenciais, defasagens tecnológicas e distorções sócio-econômicas.

Cidades como Barcelona, que possui cerca de 6 milhões de habitantes, tem um sistema público de transporte público extremamente organizado composto por metrôs, trens suburbanos e regionais, veículos leves sobre trilhos(bondes elétricos), ônibus turísticos e urbanos e táxis. É um sistema gerenciado por uma única entidade que utiliza um sistema de integração por bilhete único que permite fazer transferências no período de uma hora e quinze minutos. De forma complementar existem corredores exclusivos para ônibus e táxis, ciclovias demarcadas, estacionamentos subterrâneos e sinalização sincronizada. Não há de forma alguma transporte alternativo, pois a demanda por transporte de qualidade é atendida pelo poder público sem falar que há segurança dentro e fora do sistema e os horários são respeitados.

Nesse momento você me questionar com a seguinte argumentação: Ah, mas Barcelona pertence ao primeiro mundo, cultura avançada, etc. Concordo, mas eles tiveram que começar a construir esse sistema e avançar de forma gradativa até o estágio atual. E por que será que cidades da Europa e dos EUA possuem ótimos sistemas de transporte público? Os países europeus perceberam que o transporte público é fundamental para a qualidade de vida as pessoas. Em alguns países emergentes como Cidade do México, Santiago do Chile e Bogotá os governos perceberam que o sistema público eficiente pode trazer qualidade de vida às pessoas, aquecer a economia através das exportações e desenvolver o grande filão econômico que é o turismo. Eles possuem uma malha metroviária mais extensa e qualitativa e sistemas de transporte público mais competentes que os de grande cidades brasileiras como Rio de Janeiro e São Paulo.

No Brasil temos um sistema público de transporte e péssima qualidade, necessitando de investimentos em sistemas de integração, melhoria da imagem perante a população, pois está associada a congestionamentos, poluição, desconforto, insegurança e atrasos. Somado a esses fatores temos um alto custo das tarifas dos transportes inviabilizando muitas pessoas a ter acesso ao sistema gerando problemas sociais (favelização, aumento dos moradores de rua,etc.) .

Há praticamente um consenso entre os especialistas que a solução para a melhoria do transporte público do país está relacionada ao investimento em metrôs, corredores de ônibus e uma maior oferta de ciclovias em nossas avenidas. A carência do nosso transporte público reforça a exclusão da população pobre e incentiva as viagens de automóveis de quem os possui, trocando às vezes viagens curtas a pé e de bicicleta por locomoções de carro. Isso aumenta a poluição do ar, aumenta os engarrafamentos e também causa o sedentarismo, pois as pessoas se prendem ao volante sem praticar nenhuma atividade física. Vivemos numa cultura totalmente dependente do automóvel e se continuarmos nesse ritmo, caminha-se para uma imobilidade urbana se não houver investimentos em transportes não-motorizados e públicos.

domingo, maio 08, 2011

Captação de água da chuva pode trazer 30% de economia na conta

Fonte: Blog Ciência e Meio Ambiente-JC

SÃO PAULO, SP - Reduzir a conta mensal de água e contribuir para a sustentabilidade do planeta são as vantagens de se instalar um sistema de captação de água da chuva em residências. Já usados em larga escala por condomínios, indústrias e prédios comerciais, os sistemas de captação estão cada vez mais acessíveis para as residências. O investimento inicial vai de R$ 1,5 mil a R$ 8 mil e acaba sendo pago alguns anos após a instalação do equipamento, segundo empresas especializadas. Isso porque a economia proporcionada reduzirá a conta de água em torno de 30%, mas pode ser ainda maior.

"A tendência de usar água da chuva é cada vez maior para finalidades não potáveis como regar jardim, lavar o carro e o quintal, entre outras, pois a necessidade de preservação desse recurso natural é irreversível", afirma Dante Ragazzi Pauli, professor da disciplina de Saneamento Básico no curso de Engenharia Civil na Universidade São Judas e presidente da seção paulista da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes-SP).

"É louvável a iniciativa de quem pretende criar um sistema desses em casa, desde que fique atento à forma como a água será coletada e armazenada para evitar contaminação de quem tem contato com ela", diz Pauli. Esse cuidado é necessário, explica o professor universitário, porque não há uma norma governamental sobre os parâmetros mínimos de qualidade da água reaproveitada.

NA CONSTRUÇÃO

Para quem está construindo uma casa, a vantagem de incluir o sistema de captação no projeto é que o processo fica mais prático e rápido, mas o custo é praticamente o mesmo para instalar o sistema em residências já construídas. "O ideal é pensar na captação de água desde o projeto com telhado e calhas para recolher a chuva e ainda prever a construção do reservatório subterrâneo", conta a arquiteta Paula Mattar. "O sistema deve ter um filtro para retirar partes suspensas que podem estar na água vinda do telhado como folhas e insetos."

Paulo Chefer, proprietário da Acqua Save, empresa especializada na captação de água pluvial, explica que os sistemas têm cinco partes principais: o telhado, que deve ter a partir de 120 m² para uma boa captação; tubulação (incluindo calha) para coletar a água; filtro para retirar impurezas antes do armazenamento; reservatório e bomba para retirada da água e transferi-la para uma caixa d’água ou torneira. "Cobramos pelo sistema de R$ 6 mil a R$ 8 mil, dependendo do tamanho do telhado, do tipo de bomba escolhida e do tamanho do reservatório subterrâneo", explica ele.

Segundo Chefer, a cisterna é importante porque protege a água da luz e do calor e garante uma melhor qualidade de armazenamento ao líquido. Ele ressalta que na época em que há estiagem prolongada, o sistema é alimentado com água potável.

O arquiteto Carlos Tonezer, dono da Prima Matéria, representante da Acqua Save, destaca que antes de instalar o sistema o consumidor deve observar alguns detalhes em sua residência. "O local ideal para captação da água é a área do telhado, onde não há trânsito de pessoas e animais. Além disso, é preciso saber para qual uso será destinado o recurso natural captado para que, se for o caso, fazer ligações da cisterna diretamente para torneiras ou para uma caixa d’água", explica ele.

Um cuidado importante é sinalizar claramente (com placas ou etiquetas) as torneiras e mangueiras com água reaproveitada da chuva para diferenciá-las da água potável. De acordo com as empresas, a manutenção e a limpeza do sistema de captação são simples e devem ser feitas uma ou duas vezes por ano, dependendo da especificação dos fabricantes das peças.

sexta-feira, maio 06, 2011

PV lista 12 pontos controversos em proposta de Código Florestal

Foi aprovado ontem o pedido de urgência na votação das mudanças na nova versão do Código Florestal. Veja abaixo alguns pontos levantados pelo PV sobre as questões controversas do mesmo.

De posse do novo texto do projeto de lei do novo Código Florestal desde o fim da tarde de 2/5, a bancada do Partido Verde (PV) detectou uma série de “pontos críticos” que podem comprometer os avanços conquistados pelos ambientalistas, desde que a primeira versão da proposta foi apresentada pelo relator Aldo Rebelo (PCdoB-SP).

O PV contesta, entre outros pontos, a liberação da pecuária extensiva em topos de morros, acima de 1,8 mil metros de altitude; a retirada do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) do poder de regulamentar as áreas de proteção permanente (APPs); a mudança no cálculo de todas as propriedades para definição do percentual de Reserva Legal.

Agora, com algumas dessas “pegadinhas” mapeadas, os verdes querem adiar a votação e negociar com os partidos e o governo um texto que estabeleça uma política nacional para as florestas brasileiras, afirmou a ex-senadora Marina Silva.

O deputado José Sarney Filho (PV-MA) divulgou pelo menos 12 pontos já levantados que serão apresentados ao ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, e ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS). A reunião com Palocci ocorre neste momento no Palácio do Planalto. O encontro com Marco Maia, a princípio, está agendado para as 17 horas de hoje.

Veja a seguir os 12 pontos críticos apontados pelo PV no texto do novo Código Florestal:

1) Considerar como consolidados desmatamentos ilegais ocorridos até julho de 2008 (Artigo 3º, inciso III);

2) Permitir a consolidação de uso de areas de proteção permanentes (APPs) de rios de até 10 metros de largura, reduzindo a APP de 30 para 15 metros irrestritamente, para pequenas, médias e grandes propriedades;

3) Permitir autorização de desmatamento dada por órgãos municipais. O PV considera que, caso isso seja feito, colocará em risco, principalmente, áreas da Amazônia.

4) Permitir a exploração de espécie florestal em extinção, por exemplo, a Araucária, hoje vetada pela Lei da Mata Atlântica;

5) Dispensar de averbação a Reserva Legal no cartório de imóveis;

6) Criar a figura do manejo “agrosilvopastoril” de Reserva Legal. Agora, o manejo de boi será pemitido em Reservas Legais;

7) Ignorar a diferença entre agricultor familiar e pequeno proprietário estendendo a este flexibilidades cabíveis aos agricultores familiares;

8 ) Retirar quatro módulos fiscais da base de cálculo de todas as propriedades (inclusive médias e grandes) para definição do percentual de Reserva Legal. Isso, no entender do PV, significa milhões de hectares que deixariam de ser considerados Reserva Legal;

9) Permitir a pecuária extensiva em topos de morros, montanhas, serras, bordas de tabuleiros, chapadas e acima de 1,8 mil metros de altitude;

10) Ao retirar do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) o poder de regulamentar as APPs retirou-se, também, a proteção direta aos manguezais. Utilidade pública e interesse social deixam de ser debatidos com a sociedade no Conama;

11) Abrir para decreto – sem debate – a definição do rol de atividades “de baixo impacto” para permitir a ocupação de APP, sem discussão com a sociedade;

12) Definir de interesse social qualquer produção de alimentos, por exemplo a monocultura extensiva, para desmatamento em APP. Segundo o PV, isso permitiria o desmatamento em qualquer tipo de APP.

Reportagem de Marcos Chagas, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 04/05/2011