quarta-feira, novembro 30, 2011

Engorda na Orla de Jaboatão pode ser adiada

A idéia do prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes (PSDB), de retirar 600 mil metros cúbicos de areia de uma jazida localizada no litoral do Cabo de Santo Agostinho para a engorda da faixa litorânea de Jaboatão, anunciada no mês passado, vai parar na justiça.

Através de um pedido de informação protocolado junto ao Ministério Público de Pernambuco, o ambientalista Sérgio Henrique Belo, membro da União dos Empreendedores de Turismo co Cabo, UNETUR, denuncia a questão e questiona os seus efeitos sobre o meio ambiente não só do Cabo, mas de todo litoral sul.

No documento, a UNETUR exige que a Prefeitura de Jaboatão e a Coastal Planning Engineering, empresa responsável pela possível obra, apresentem publicamente o projeto, o conteúdo do convênio e o estudo de impacto ambiental. “Precisamos saber o que essa empreitada vai trazer em termos de impacto ao nosso litoral, a que prejuízos vamos estar sujeitos, o que podemos sofrer com uma dragagem dessa magnitude, algo equivalente a 60 mil caminhões caçamba de areia retirada no mar”, salienta Sérgio Belo, citando como questões que precisam ser esclarecidas aquelas relativas ao turismo, as correntes marítimas, a preservação de espécies marinhas como o xaréu, a migração de tubarões e a exposição do litoral às marés.

O convênio entre a Prefeitura de Jaboatão e o governo federal foi assinado no dia 14 de novembro, entre o prefeito Elias Gomes e o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, e destina R$ 13 milhões para obras de contenção do avanço do mar naquela cidade. Mesmo assim, em termos de governo estadual, o projeto ainda não existe, uma vez que a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH ) ainda não se manifestou acerca do licenciamento ambiental da obra.

Além da UNETUR, algumas associações de pescadores e moradores do litoral do Cabo já estão se mobilizando para questionar a idéia de Elias Gomes. “É muito bom fazer graça com o chapéu alheio. O prefeito quer cuidar dos interesses de sua terra, e isto é legítimo. Mas, ele não pode fazer isso prejudicando outra cidade, comprometendo a pesca, o turismo e o bem estar do Cabo de Santo Agostinho”, finaliza Sério Belo.

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